Alexandre Pais

Bom para Cristina, mau para Júlia

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O árbitro sueco Mohamed Lahyani, um dos melhores do Mundo, ficará para sempre ligado ao US Open de ténis, que amanhã finda, por ter sido intérprete de um caso insólito. Incomodado com o descontrolo emocional do australiano Nick Kyrgios, um dos novos talentos da modalidade, que perdia com o francês Pierre-Hugues Herbert, Lahyani desceu da cadeira e tentou serenar Kyrgios. Mas as câmaras de TV captaram parte do diálogo, em especial uma frase do juiz: “Eu quero ajudar-te”.

Aquilo que parecia um ato piedoso e louvável, rapidamente passou a tema de condenação, tendo Roger Federer, com todo o peso da sua opinião, sublinhado que o dever do árbitro é a imparcialidade, pois o que foi bom para Kyrgios foi mau para Herbert, ou seja, a recuperação anímica de um resultou em prejuízo do outro: o francês acabou por perder o encontro e ser eliminado.

Recordei o episódio ao ver, também por estes dias, o apagado desempenho de Júlia Pinheiro no “Queridas manhãs”, da SIC. A boa atitude profissional mal disfarça o sentimento de desilusão. A onda de euforia provocada pela próxima chegada da vitoriosa Cristina Ferreira faz da apresentadora que vai sair um fantasma. Mas quem se incomoda com a sorte dos vencidos?

Antena paranoica, Correio da Manhã, 8SET18

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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