Só o futebol português, com a sua deficiente planificação e absoluta dependência dos ditames da televisão, poderia ter condições para “atirar” para uma noite de terça-feira o mais tradicional de todos os dérbis: o Benfica-Sporting.
Já nem penso nas crianças, e nas famílias, que precisavam de jogos à tarde e ao fim-de-semana, mas apenas no próprio estádio cheio, na emoção até, que devia participar num confronto destes e que tudo se faz para que ande arredia.
Valhem-nos, uma vez mais, os protagonistas. Os jogadores do Benfica, interessados em demonstrar que os 4-1 de Liverpool não fizeram mossa e que a Liga é mesmo para ganhar, e os do Sporting, que querem exorcizar os fantasmas de uma época em que fizeram injustamente de maus da fita.
Algo de importante vai, portanto, acontecer esta noite, na Luz. E se nos lembrarmos da tortura dos adeptos do Chaves, obrigados a descer hoje (?) à Figueira da Foz para ver o jogo decisivo com a Naval, quem somos nós para nos queixarmos com um dérbi aqui mesmo à porta? Siga para bingo.
Passe curto, publicado na edção impressa de Record de 13 abril 2010