O drama de Ricardo Carvalho está à vista… em Espanha. Olhado com desconfiança há um ano, quando foi contratado pelo Real Madrid, conseguiu convencer depois, pela sua inegável qualidade futebolística, tanto o público como a crítica do país vizinho.
Nesta segunda época, porém, apesar de continuar a merecer a confiança de Mourinho, a imprensa espanhola começou a sublinhar a veterania do central, de 33 anos, parecendo evidente alguma quebra de frescura física.
Ora, Ricardo Carvalho termina em junho o seu contrato com o Real e só uma época como titular e com atuações regulares – e mesmo assim a necessitar de um título e da óbvia continuidade de Mourinho – poderá levar o emblema de Madrid a renovar-lhe o compromisso por mais um ano.
Ricardo sabia que, perante uma época tão exigente para o Real e decisiva para o seu futuro imediato, a Seleção era uma ameaça à sua condição física e ao seu rendimento. E ser suplente, então, de Bruno Alves, só o diminuiria aos olhos da tesouraria e dos adeptos. Tomou, portanto, uma decisão na defesa dos seu interesses. Mas desrespeitou a Seleção, os companheiros e os portugueses. Portou-se muito mal. Como seu admirador, sinto-me dececionado.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 1 setembro 2011