Veremos se a decisão de Pinto da Costa de “promover” Vítor Pereira foi uma boa solução. No futebol, as únicas “boas soluções” são as vitórias. Mas o que ressalta para já desta surpresa é a confirmação da capacidade do líder portista para enfrentar dificuldades, sem que por um lado lhe tremam as pernas, e sem que, por outro, se ponha a fazer disparates ou a contratar filósofos.
A aposta em Vítor Pereira, de alto risco para quem segue o futebol de longe, mas uma ação natural para quem acompanha o trabalho dos outros e simultaneamente não acredita que a antiguidade seja um posto, só seria possível numa organização como a SAD do FC Porto, em que a influência dos empresários é discreta e a liderança de décadas constitui um valor insuperável.
E é ao mesmo tempo, uma lição de estratégia que fez André Villas-Boas parecer um amador. Quando o “chefe” tentou levar Vítor Pereira consigo para o Chelsea, já o novo técnico portista estava à espera que ele partisse para ficar no seu lugar. E não foi preciso muito: bastou Villas-Boas ter ido passar um fim de semana a Londres para Pinto da Costa perceber o jogo e o embrulhar em papel de seda, ou seja, 15 milhões para cá e… solução na hora. Melhor nem o Simplex.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 22 junho 2011