Alexandre Pais

Os turistas que Lisboa perdeu com a Champions…

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Há uma semana, estávamos longe de admitir que Leipzig, Lyon e Atalanta fossem mais que patinhos feios e atrevidos entre a nata do futebol europeu. Certo é que só os italianos falharam a passagem às “meias”, não por falta de competência mas apenas porque mal vê Mbappé em campo, Neymar, que tem uma costela de Messi e outra de Cristiano, provoca tal aceleração no jogo que é quase impossível de travar.
O brasileiro e o francês formam, aliás, a única pedra que pode vir a encravar a engrenagem que o Bayern montou para levar a Liga dos Campeões para Munique – caso o PSG e os bávaros cheguem à final, o que ainda é um caso para se ver. Porque antes terão de ultrapassar um Anthony Lopes em grande plano e um Lyon altamente moralizado – que mostrou que não eliminou a Juventus por acaso – e um Leipzig que não será surpreendido com golos aos 90 minutos e aos 90+3… Sim, as surpresas talvez não tenham acabado!
Olhando para os derrotados, o primeiro lugar no top da desgraça é do Barcelona, que sofreu a maior goleada da sua história em competições europeias e que paga pelo erro do despedimento de Valverde com que Bartomeu procurou tapar o erro da contratação de… Valverde. Sétien foi um equívoco e jogadores como Piqué, Busquets, Alba, Roberto, Vidal ou Suárez podem ter igualmente os dias contados na Catalunha. Quem não voltará também a pôr os pés em Camp Nou será Coutinho, que com 2-5 no marcador entrou, a 15 minutos do fim, para fazer a assistência para o sexto golo e assinar o sétimo e o oitavo… O ódio sobrará para ele.
A seguir, esse “case study” que resulta da mudança de tese de Pep Guardiola: passou do “é Bernardo Silva e mais dez” para o apagamento do português do mapa, a tal ponto que nem suplente utilizado foi numa partida decisiva para o City. Depois de perder a Premier para o Liverpool, com uns humilhantes 18 pontos de atraso – apesar do investimento de 800 milhões de euros nos últimos anos – esta eliminação às mãos do sétimo classificado do campeonato francês pode bem constituir o início do fim da carreira de Pep em Manchester.
E o que dizer do “Cholo”, que regressou a Lisboa procurando esquecer-se da dramática perda da Champions, na Luz, em maio de 2014, e teve idêntica falta de sorte – e de inteligência tática – agora, em Alvalade? Resistirá ao enfado dos adeptos? Se para Messi ou Guardiola a capital portuguesa não será, nunca, uma prioridade turística, para Simeone até Madrid deve parecer demasiado perto!
Um derradeiro parágrafo para o Mundial de snooker, ganho pela sexta (!) vez – a primeira foi em 2001… – pelo inglês Ronnie O’Sullivan, um génio de nervos de aço capaz de tacadas “impossíveis” como as que lhe permitiram vencer, nas meias-finais, o triplo campeão do Mundo, Mark Selby, transformando o desastre que um 14-16 tornava iminente no 17-16 que lhe deu o acesso à final. Foram duas semanas de snooker ao mais alto nível, com os comentadores do Eurosport Portugal a responderem no mesmo patamar. Chapeau!
Outra vez segunda-feira, Record, 17ago20

Por Alexandre Pais
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