Cinquenta mil pessoas e 15 mil empresas de 164 países estão em Lisboa para o Web Summit, que termina esta quinta-feira e constituiu um sucesso de participação de investidores, geeks, empreendedores, grandes empresas e gestores de topo. Tudo parece maravilhoso até se levantar a questão: o que fica depois da partida de Suas Inteligências?
Enquanto a Câmara da capital avança com um hub criativo na zona do Beato, o Governo duplica o apoio de 200 milhões de euros às startups para investir em capitais de risco, em 2017, e avança também com um programa de incentivos fiscais, tido como insuficiente por alguns especialistas.
O economista Tiago Caiado Guerreiro lembrou, na TVI, o fenómeno dos hedge-funds e os milhares de empresas que o Brexit vai retirar do sul de Londres, onde existe a maior concentração da Europa desse tipo de negócio, que vale cerca de três mil biliões (!) de dólares e está a ser atraído para Paris e Frankfurt, quando podia, em parte, ser desviado para Lisboa. E apontou, para isso, a necessidade de um IRC até 5% destinado às empresas que venham para cá desenvolver as suas aplicações e criar emprego, dando o exemplo dos estados norte-americanos da Califórnia e da Florida, que captam investimentos com tax holidays de… 0%.
Mas António Costa está amarrado: para esse casamento de interesses, a geringonça não é, na verdade, o melhor partido.
Observador, Sábado, 10NOV16