Alexandre Pais

Vieira & Costa, o Benfica que sobreviveu às intrigas

V

É comum felicitar os vencedores. E o Benfica foi campeão graças ao esforço e qualidade dos seus jogadores, ao conhecimento e sagacidade de Jorge Jesus, à competência do seu departamento de futebol e ao entusiástico apoio dos seus adeptos. Merecem o título.

Mas uma palavra é devida às cabecinhas pensadoras. Desde logo ao presidente Vieira, que soube aproveitar a enorme capacidade da marca Benfica para gerar receitas e investiu milhões na equipa de futebol, com a certeza de que teriam retorno… desde que o Benfica fosse campeão.

O Mundo está cheio de ambiciosos, que sonharam, arriscaram e… faliram. Luís Filipe Vieira teve o dom de não engrossar essa legião de falhados, muito por ter feito as apostas certas e, entre estas, a melhor foi seguramente a de Rui Costa. Ambos tiveram depois a inteligência de escolher o treinador que podia fazer a diferença e de construírem o plantel que melhor seria capaz de concretizar o “grande objetivo”.

Mas a firma Vieira & Costa cometeu ainda uma proeza suplementar: soube resisistir às intrigas com que os invejosos sempre tentam minar as virtudes do entendimento. E quando as coisas não correram bem, como aconteceu na época passada, foram capazes de ultrapassar as dificuldades sem caírem na tentação fácil de atirarem as culpas um ao outro.

Foi essa persistência na aplicação da fórmula certa, a paciência e a fé inabalável na vitória que levaram o Benfica a este triunfo. Sem operários, não há edifícios. Mas sem os arquitetos, os andares que se forem erguendo acabam por cair uns sobre os outros.

Luís Filipe Vieira andou anos a enfiar barretes, a cometer erros e a perder. Quando aprendeu, ganhou. As lições da vida só não aproveitam aos burros.

Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 11 maio 2010

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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