A luta pela captação de audiências leva à procura de conteúdos cada vez mais arrojados. Para chocar, agora que “as novelas da vida real” parecem ter esgotado o “stock” de cenas escabrosas ou apenas imbecis, é tempo de recorrer à bomba de neutrões em matéria de TV e lançar, ainda uma outra vez, um formato forte: o da descarada utilização da nudez.
O canal de música VH1, norte-americano, aderiu à “nova” tendência e transmite, com enorme sucesso, claro, “Dating naked” (namorando nu), um “reality show” em que participam desconhecidos disponíveis para encontros amorosos e para tirarem a roupa – o que obviamente pressupõe sexo. Seguiu, aliás, o exemplo do Discovery Channel, que exibe “Naked and afraid” (nu e com medo), uma espécie de regresso às origens.
E quem pensar que com isto se consumirá o filão da caça grossa ao telespectador, talvez se engane. Há dias, um ex-proprietário de um canal no cabo garantia-me que o próximo passo será o da exploração da morte. Programas com funerais, lágrimas e dor? Acham impossível? Ui, eu já não digo nada.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 23AGO14
Vem aí a morte em televisão
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