Tive as minhas experiências “traumáticas” mais recentes quando defendi nestas colunas o valor de Maxi Pereira e de Mariano González, que durante longos meses não justificaram a confiança dos técnicos, o entusiasmo dos adeptos, o reconhecimento de alguma crítica “especializada” e, mesmo, de meia dúzia de prezados camaradas aqui da redação.
Torci sempre o nariz a essa “perseguição”, seduzido pela extraordinária entrega ao jogo de Maxi e pelo hoje inegável talento de Mariano. Já me enganei com outros artistas, acertei nesses, é assim a vida.
Por acaso, há poucos meses repeti a graça com Valdés, que alguns amigos sportinguistas consideravam “não valer nada” e eu achava que sim. Mas confesso que não ousei tanto com Zapater, pelo que aplaudo Paulo Sérgio, que resistiu aos doentios bota-abaixo do costume e ganhou com isso dois jogadores.
É fácil destruir e difícil, muito difícil, saber, trabalhar, acreditar e vencer. A verdade é que o treinador dos leões tem talento. E está a prová-lo onde mais dói, ou seja, em campo.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 26 janeiro 2011