Foi seguramente uma coincidência, mas não deixa de parecer estranho. Durante meses, e mesmo após o relativo mau resultado nas autárquicas, as sondagens deram ao PS uma confortável vantagem sobre o maior rival. Eis se não quando, a poucos dias das eleições internas no PSD, um inquérito à opinião pública presenteou com um duvidoso ‘empate técnico’ os sociais-democratas, se o seu candidato a primeiro-ministro fosse… Rui Rio.
Quanto a Paulo Rangel, pobre dele, tivessem-se atrevido os militantes ‘laranjas’ a elegê-lo e seria o desastre: ficaria a 12 ou 13 pontos percentuais de António Costa, não certamente por acaso um fosso semelhante ao que antes separava Rui Rio do atual PM! Ele há coisas…
É curioso que um político que nunca se coibiu de arengar contra a ‘aldrabice’ das sondagens que lhe foram desfavoráveis, tenha acabado por ser reeleito presidente do PSD por uma margem tão curta que é difícil não considerar, como uma ajuda oportuna para a vitória, precisamente o primeiro inquérito que Rio não classificou de ‘aldrabice’.
Aguardemos com renovada expetativa a próxima sondagem, para vermos se ela dará de novo, ao PS, um avanço na ordem dos 12 ou 13 pontos… Mais ‘aldrabices’ a caminho?
Antena paranoica, Correio da Manhã, 4dez21