Alexandre Pais

Um texto lúcido de um belenense sobre a situação no nosso clube

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(Por Nuno Perestrelo, in Facebook, com a devida vénia)
Aqui há dias opinei que o divórcio entre Belenenses e Codecity (empresa que tem 51 por cento da SAD) era inevitável.
Disse-o na sequência de um desastrado comunicado publicado na página da SAD em véspera de uma Assembleia Geral do clube.
Depois deste dia o espetáculo público roça a degradação: o líder da SAD agita na TV penhoras e perigos de venda de terrenos (problema que não diz respeito à SAD; e foi desmentido em direto); anuncia que não vai negociar novo protocolo – decisão aprovada em AG pelos sócios do clube com apenas 3 por cento de votos contra.
Este domingo, depois de uma derrota pesada da equipa de futebol, a página de Facebook da SAD foi inundada por críticas – um pouco à semelhança do que tem acontecido num passado recente – e à noite começaram a surgir relatos de utilizadores do FB e do Instagram a queixarem-se de serem bloqueados, outros de verem comentários apagados.
Nos jogos, e as imagens de TV são claras, há cada vez menos adeptos na bancada de sócios do Belenenses.
É evidente que o problema é complexo e que quem é dono de uma empresa não quer largá-la por nada; e a Codecity é de facto dona de pleno direito de 51 por cento da SAD do Belenenses.
Ao dia de hoje não diria que o divórcio é inevitável, antes que já aconteceu e está à vista de todos.
Num labirinto legal que terá de ser revisto pelos partidos políticos em Portugal, é chegada a hora, porventura, de as partes encontrarem a melhor forma não se se entenderem mas de se separarem sem dor.
Revender ao clube os 51 por cento da SAD? Comprar ao clube os 10 por cento e refundar a SAD com outro nome e associada a outro emblema, mantendo o direito de jogar na Liga?
Qualquer solução é melhor do que o triste cenário que se vive. A vida e os negócios não se resumem a isto nem acabam neste problema. Perpetuá-lo levará, parece-me, ao fim da empresa Belenenses Futebol SAD. A menos que seja possível uma equipa de futebol sobreviver sem o apoio de adeptos. E que, sendo-o, haja quem o prefira a outro desfecho.

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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