As imagens terríveis da guerra relativizam a imensa tristeza da vida. Em poucos dias, foi possível descer vários degraus dos infernos como se de um passeio se tratasse.
Veja-se o caso de João Rendeiro, cuja despedida reuniu uma dúzia de pessoas, entre as quais nenhuma, por certo, das que se fizeram amigas do seu poder e do dinheiro que ‘geria’. Ficará a eterna dúvida: para que acumulou tanta riqueza sem um plano de fuga que lhe garantisse a impunidade?
Triste também foi a entrevista ‘velha’ de Aníbal Cavaco Silva. Não pelo conteúdo ou sequer pelo afã com que sempre procura novos acertos de contas – goste-se ou não, tem uma obra, que é o que falta a muitos! Deprimente, mesmo, foi a penosa ausência de noção da entrevistadora, a quem falhou o patrocínio da Torre do Tombo para registar o diálogo em papiro.
Mas pior ainda esteve Luís Filipe Vieira – em mais um ‘furo’ da CMTV – com um discurso desconexo que em nada valorizou o seu legado aos benfiquistas, antes reforçando a ideia, já de si trágica, que foi a sua acumulação de erros que tornou o Benfica na manta de retalhos que Rui Costa tem hoje entre mãos e no ‘queijo suíço’ de que fala José Calado. Ora aí está: calado e sem bigode teria sido genial.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 11jun22