O ministério das polícias e a própria PSP dispuseram de tempos sem fim para preparar a invasão da capital por milhares de táxis, mas deram-se por felizes com a estratégia montada para impedir o bloqueio de São Bento. O pior é que o acantonamento não aconteceu na Av. 24 de julho e antes na única zona onde poderia doer e que não foi protegida: a do aeroporto. E com isso se sitiaram os turistas, esses tristes – que prometem chegar a quase 20 milhões este ano – que vêm para cá largar o dinheirinho de que fingimos não precisar e que representa cerca de 50% da nossa exportação de serviços.
Como se a pontaria policial para a asneira não bastasse, a administração dessa chaga de incapacidade que é hoje o Metropolitano de Lisboa permitiu, com a ridícula escassez de cartões e as máquinas avariadas, que os benfeitores visitantes, já desesperados com a falta de quem os levasse aos hotéis, permanecessem até duas horas numa fila!
A verdade é que se da Administração Interna se esperava outra responsabilidade e competência na minimização dos incómodos provocados pela fúria taxista, dos cavalheiros do Metro, que forçam os passageiros a viajar como sardinhas em lata porque deixaram acumular as carruagens inutilizadas, o que há a esperar é apenas um Governo que os ponha a andar e meta lá outros. Será pedir muito?
Observador, Sábado, 20OUT16
Táxis, turistas e sardinhas em lata
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