A comunicação social tem feito, nos últimos meses, a campanha de promoção de Sampaio da Nóvoa, que lá vai somando intervenções nas quais repete frases aparentemente anti-sistema, e que mais não são do que ataques ao “sistema” de direita que nos tem governado, tentando assim, através das câmaras e dos jornalistas, fixar o eleitorado de esquerda.
Confesso que só o facto de o professor doutor ser Tomané, como eu – e como Guterres… –, me cria alguma empatia com a figura, bem-falante e rebuscada, seguramente capaz de elaborar textos brilhantes e com as vírgulas todas no sítio, mas que duvido que tenha experiência, conhecimento da técnica e estaleca para se enredar nas teias da querela política.
Em 40 anos, goste-se deles ou não, Portugal teve quatro presidentes que sabiam da arte e foram pouco dados a brincar às casinhas. Talvez por isso, a possível chegada a Belém de um honrado diletante fabricado pela TV me assuste mais do que uma negociação com a UE sob os auspícios do Syrisa.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 18JUL15
Sampaio da Nóvoa: só por ser Tomané
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