Alexandre Pais

Roger Moore: eterno como os diamantes

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“Sempre odiei esse maldito James Bond. Gostaria de matá-lo” – Sean Connery, ator, primeiro e mais bem sucedido 007, Edimburgo, Escócia, 1930
Aos 16 anos, tornei-me num cinéfilo furioso: eram três ou quatro filmes por semana – havia sessões com duas fitas – e cheguei rapidamente aos mil. Isso significa que o desaparecimento de Roger Moore, na semana passada, aos 89 anos, levou mais um bocado de mim. Comecei por ver o ator britânico nas tardes de fim de semana da RTP, no início dos anos 60, na série Ivanhoe, e mais tarde em O Santo, e respirei de alívio, em 1973, quando foi escolhido para substituir Sean Connery – o meu James Bond preferido desde 1962 – no papel do agente 007.
Senti-me aliviado porque Connery, ao fartar-se do personagem, que o consumia, recusou uma fortuna, em 1969, para rodar o sexto filme da saga – ganhara 1 milhão de dólares com o quinto – e foi substituído por um australiano canhestro, George Lazenby, que fez de Ao serviço de Sua Majestade um fracasso de bilheteira. Isso – e mais um cachê de quase 7 milhões de dólares – fez com que o escocês voltasse, em 1971, para a sétima película: Os diamantes são eternos.
Connery e Moore eram bons amigos
Em 1973, após nova recusa de Connery, Roger Moore acabou com as incertezas e foi Bond em Vive e deixa morrer, o primeiro dos sete filmes que rodou na pele de 007 e pelo qual recebeu 1 milhão de dólares. Despediu-se em Alvo em movimento, de 1985, auferindo já 7,5 milhões. Como Sean Connery, julgava-o imortal até ter sido surpreendido pela notícia da sua morte. Ou da sua partida, que as lendas são eternas – como os diamantes.

Parece que foi ontem, Sábado, 1JUN17
Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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