
A 30 de Setembro de 1975, o Presidente Costa Gomes deixou Lisboa para uma visita de Estado à Polónia e à União Soviética. Se a memória não me atraiçoa, foi num hotel de Varsóvia que os jornalistas souberam da ocupação do Palácio Foz – onde trabalhava o ministro da Comunicação Social do VI Governo provisório, Almeida Santos – por dezenas de manifestantes pró-Otelo. O 25 de Novembro estava em marcha. Mas a recordação mais intensa que guardo dessa viagem foi a visita ao campo de extermínio de Auschwitz, libertado pelas tropas soviéticas a 27 de Janeiro de 1945, fez esta semana 70 anos. Os guias que nos conduziram pelo percurso do horror eram antigos prisioneiros que reviviam ainda, de forma terrível, a brutalidade nazi. Hoje, que novos holocaustos se vão espalhando pelo Mundo, o conclusivo nunca mais de há 40 anos parece uma frágil declaração de intenções.

Comandante nazi foi enforcado no próprio campo
Criado em 1940, em antigas instalações militares, o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polónia, foi – entre o início de 1942 e o final de 1944 – palco do assassínio de cerca de um milhão e meio de pessoas, 90 por cento das quais judeus, mas também ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos, entre outros. Julgado em Nuremberga e condenado à pena capital, o primeiro comandante de Auschwitz, Rudolf Hoess, foi enforcado no próprio campo da morte, em 1947.
Parece que foi ontem, Sábado, 29JAN15
