Os donos do primeiro restaurante reabilitado por Ljubomir Stanisic resolveram folgar dois dias depois da estreia de “Pesadelo na cozinha”, desprezando assim a promoção que a TVI lhes ofereceu. Inteligente ideia! E no segundo, renovado na última edição, são já visíveis aos clientes as alterações ao projeto do “chef” sérvio, saídas das iluminadas cabeças da gerência. Mais uns meses e tudo ficará de novo um horror, que o ADN não se muda. O que muda é a nossa confiança na ASAE, que pelo que se vê não consegue evitar a porcaria nas armadilhas alimentares de subsistência, espalhadas pelo país.
Certo é que a edição de domingo ultrapassou os 30 por cento de share, terminando mesmo nos 40%. Mérito da produção – bem nos guiões e no potenciar da imundície – dos industriais que se transformam em cromos e se deixam humilhar por medo da falência iminente – impagável o Pedro, do Rio Minho – e de Ljubomir, um artista, na cozinha e na representação, ao nível do escocês Gordon Ramsay, que conduziu a versão original, de 2004 a 2014, no Reino Unido e nos EUA. E, claro, da atração dos portugueses pelo que mete nojo, uma repulsa que exorcizamos em mais este “pesadelo”, enquanto as audiências, gratas, se subscrevem.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 25MAR17