Alexandre Pais

Pep Guardiola fez a aposta errada?

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Se Pep Guardiola soubesse o que sabe hoje, talvez tivesse recebido o Real Madrid, em Camp Nou, há uma semana, com uma equipa B, renunciando à então já mais que improvável conquista da Liga espanhola. Com isso, garantiria, muito provavelmente, a presença do Barcelona na final da Champions. Corria o risco de ser goleado em casa? Não creio, já que o Real Madrid teria de retirar o pé do acelerador e, ainda que o desastre acontecesse, havia sempre a desculpa da ausência dos melhores jogadores e a medalha perene dos 5-0 da temporada passada.

Desse modo, o Barça acabou por falhar ambos os objetivos, muito simplesmente porque disputar três partidas decisivas, de altíssima intensidade, em apenas sete (!!!) dias, só mesmo se os artistas blaugrana, além de superjogadores, fossem também super-homens…

José Mourinho não tinha idêntica opção, uma vez que a derrota em Barcelona deixaria o Real apenas com 1 ponto de vantagem e com os níveis psicológicos em baixo. Arriscava-se a perder tudo. E como realizava igualmente três jogos em nove dias – com pouco tempo para recuperar mas em melhor situação do que se fossem sete – apostou no que não lhe perdoariam que falhasse: no título de campeão. E fica com uma terceira época para chegar à Décima.

Duvido que Bayern e Chelsea – que jogaram “a feijões” no mesmo fim de semana em que Barça e Real travaram o duelo de “vida ou de morte” que os arrasou para os confrontos da segunda volta das meias – chegassem à final da Liga dos Campeões se tivessem também defrontado rivais caseiros em jogos de tudo ou nada. Pelo que a Real Federação Espanhola daria provas de competência se, no sorteio de La Liga para 2012/13, evitasse aos seus dois colossos, no período decisivo da Champions, a luta de galos que desta vez os exauriu, tanto do ponto de vista físico como emocional.

Sim, porque para o ano, e para prazer dos adeptos do futebol, lá estarão eles outra vez.

Canto direto, publicado na edição impressa de Record de 28 abril 2012

Nota final – Deixo aqui o meu sinal de muito apreço por Pep Guardiola, pela carreira como jogador e treinador, pelo talento profissional, pela qualidade humana e pela postura, extraordinária e raríssima, com que está no futebol. Simplesmente genial! 

 

Se Pep Guardiola soubesse o que sabe hoje, talvez tivesse recebido o Real Madrid, em Camp Nou, há uma semana, com uma equipa B, renunciando à então já mais que improvável conquista da Liga espanhola. Com isso, garantiria, muito provavelmente, a presença do Barcelona na final da Champions. Corria o risco de ser goleado em casa? Não creio, já que o Real Madrid teria de retirar o pé do acelerador e, ainda que o desastre acontecesse, havia sempre a desculpa da ausência dos melhores jogadores e a medalha perene dos 5-0 da temporada passada.
Desse modo, o Barça acabou por falhar ambos os objetivos, muito simplesmente porque disputar três partidas decisivas, de altíssima intensidade, em apenas sete (!!!) dias, só mesmo se os artistas blaugrana, além de superjogadores, fossem também super-homens…
José Mourinho não tinha idêntica opção, uma vez que a derrota em Barcelona deixaria o Real apenas com 1 ponto de vantagem e com os níveis psicológicos em baixo. Arriscava-se a perder tudo. E como realizava igualmente três jogos em nove dias – com pouco tempo para recuperar mas em melhor situação do que se fossem sete – apostou no que não lhe perdoariam que falhasse: no título de campeão. E fica com outra época para chegar à Décima.
Duvido que Bayern e Chelsea – que jogaram “a feijões” no mesmo fim de semana em que Barça e Real travaram o duelo de “vida ou de morte” que os arrasou para os confrontos da segunda volta das meias – chegassem à final da Liga dos Campeões se tivessem também defrontado rivais caseiros em jogos de tudo ou nada. Pelo que a real federação espanhola daria provas de competência se, no sorteio de La Liga para 2012/13, evitasse aos seus dois colossos, no período decisivo da Champions, a luta de galos que desta vez os exauriu, tanto do ponto de vista físico como emocional. Sim, porque para o ano, e para prazer dos adeptos do futebol, lá estarão eles outra vez.

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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