O tempo passa veloz sem que os acionistas da TVI entendam que têm de mudar de rumo. Se a televisão fosse como a política, diríamos que a programação do canal de Queluz vive num pântano. Raro é o dia em que não damos com recordes negativos de audiências de programas esgotados, casos do ‘VivaVida’ ou o ‘Dois às 10’ – apesar do esforço de Cláudio Ramos – que este mês obtiveram os piores resultados de sempre.
Mas se houvesse dúvidas quanto à incapacidade da direção de entretenimento para arrepiar caminho, bastaria olhar para o derradeiro ‘flop’ da estação: o atual “Big Brother”. Uma vez mais, não existiu competência na escolha dos concorrentes. Exagerou-se na seleção de pessoas ‘diferentes’, sem cuidar que o conceito só pode funcionar se for proporcional à sua representação na sociedade. E errou-se ao substituir o objetivo do espetáculo pela suposta defesa de causas que cedo provocam o tédio do espectador.
O resultado é claro: a TVI perde nas noites de domingo e afunda-se nos diários no ante ‘prime time’. Qualquer repetição de ‘O preço certo’ ou imagens do ‘Agricultor’ mais tonto da história são preferíveis a este insosso ‘BB’. Com José Eduardo Moniz a andar por aí, a hesitação do ‘homem do leme’ ainda se torna mais incompreensível.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 30out21