Na tarde de segunda-feira, a CMTV só não deu mais um tiro no porta-aviões porque a RTP já é apenas uma lancha especializada em navegar nos impostos: o ‘Rua segura’, apresentado por Magali Pinto, bateu por 9,2% contra 8,5% de ‘share’, o programa ‘A nossa tarde’, do canal público. Mandem embrulhar.
A RTP, que segue assim na sua rota de irrelevância, foi esta semana também notícia pela trapalhada do ‘concurso’ para correspondente em São Tomé e Príncipe. Metido ao barulho, esteve sem surpresa o adjunto Carlos Daniel, que terá escolhido Paulo Martins ainda antes de o douto ‘júri’ se pronunciar.
Seria fácil juntar-me ao coro corporativo de indignados pelo alegado desrespeito por normas criadas para distrair parolos. Acontece que os jornalistas não devem reger-se pela cartilha da função pública, para mais numa redação ‘armadilhada’, que tem fugitivos da iniciativa privada – temerosos de perderem a garantia do emprego para a vida – como figuras de proa. E tanta gritaria leva-me a concluir que Paulo Martins, que na RTP África desenvolveu trabalho de qualidade, será bem melhor a desempenhar o cargo em São Tomé do que um ‘manga de alpaca’ apoiado pelos ‘faróis’ da profissão.
Concordar com o inefável Daniel, que triste fim.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 28mai22
