Ao lado das 777 mil visualizações da entrevista “intimista” que lhe fez Cristina Ferreira – há quatro meses, para a TVI – a passagem de António Costa pelo último “5 para a Meia-Noite”, da RTP, foi um fracasso: ontem, os seis vídeos publicados no youtube não alcançavam, juntos, 180 mil visualizações.
Se este número reflete a baixa popularidade da estação oficial, a verdade é que o público já não se deixa enganar. Filomena Cautela e Inês Lopes Gonçalves – excelentes na conversa faz de conta com Jorge Jesus – deram o seu melhor e o primeiro-ministro desenvencilhou-se com a habitual competência mediática. O problema é que as “perguntas diferentes” – muitas, aliás, nada imaginativas – não resultaram em exercício de espontaneidade porque se Filomena se houve com a sua veia de atriz, Costa pareceu, várias vezes, avisado e preparado. Dúvida injusta? Talvez, mas a RTP já nos habituou a tudo.
A propósito, fartei-me de rir com a “remodelação” da informação do canal do Estado e a “promoção” daquele a quem um dia alguns diletantes chamaram “Cristiano Ronaldo dos jornais” – e com a ausência, na estrutura, do pavão cinzento que se andava a gabar de ser o novo chefe. Mal por mal, antes a fidelidade colorida.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 4AGO18