Ao longo da vida, fartei-me de ver como acabaram aqueles que se julgavam dotados do toque de Midas e que menosprezaram o poder do talento e do trabalho na obtenção de resultados.
Lembrei-me desses iluminados a propósito de uma edição “especial” do programa “Cristina”, da SIC, no período anterior aos telejornais. É que a popularidade da apresentadora talvez não bastasse para que as audiências fossem ouro. E a verdade é que liderou na estreia, na segunda-feira, e perdeu – para “O preço certo”, para que outro poderia ser? – pelo menos nos três dias seguintes.
Além de perder, Cristina Ferreira puxou o “share” da estação para baixo, como aconteceu, por exemplo, na terça-feira, em que a SIC alcançou 20,1% e ela 18,2% – precisamente o contrário do que sucedeu – e sucede sempre – com Fernando Mendes, que atingiu um “share” de 20,9%, enquanto a RTP1 se ficou por… 12,5%.
Nesta derrota pontual, há que ter em conta dois fatores. O primeiro é o contributo decisivo da versão matinal de “Cristina” para a vitória da SIC na mesma terça-feira, com 34,1% (!) de “share”. O segundo são os conteúdos. À tarde, manda no programa a promoção da nova série “Golpe de sorte” e o espectador de parvo já tem pouco. Daí que.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 25mai19