A notícia apanhou-me de férias mas o tema não permite que o deixe passar em claro. Trata-se da acusação de tortura, sequestro e xenofobia que recai sobre os 18 elementos da PSP em serviço na Cova da Moura, um absurdo.
Entendamo-nos: a ser verdade que três ou quatro agentes tiveram o bárbaro comportamento que lhes é apontado e utilizaram o palavreado inaceitável que também se lhes atribui, é evidente que não merecem servir a causa pública, pelo que devem ser expulsos da PSP e responder perante a justiça.
O que não aceito é que certa comunicação social, que se autoconsidera a vanguarda protetora de minorias e “desperados”, tenha relatado o caso de forma tendenciosa, generalizando. Não, os polícias não foram constituídos arguidos por serem todos violentos e racistas. Eles são arguidos para que se possam defender de acusações que, devendo apenas atingir alguns, enxovalham uma esquadra inteira.
Não nos iludamos: precisamos tanto de rejeitar criminosos fardados como de apoiar uma polícia forte, disposta a correr riscos para cuidar do cidadão. Mas se continuarmos a perseguir com exagero os homens bons que zelam pela tranquilidade pública, acabaremos nas mãos dos bandidos que ingenuamente julgámos inocentes.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 22JUL17
Nem criminosos fardados, nem bandidos inocentes
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