Não perco, na SIC, as análises de Pedro Santana Lopes, aprecio as suas qualidades humanas e relevo o facto de as escavações inimigas jamais terem encontrado sinais das vigarices que distinguem alguns aldrabões apaparicados pela comunicação social. Em 2004, enquanto primeiro-ministro, PSL foi alvo da maior ação de contra-informação a que os nossos média sujeitaram até hoje um político. Inventaram-se, então, as célebres “trapalhadas”, lembram-se?
Pois é esse o mesmo Santana Lopes que tem processado judicialmente vários jornalistas e que logrou que os tribunais, dando-lhe razão, lhe atribuíssem indemnizações de centenas de milhares (!) de euros – como se o negócio do papel fosse próspero e rica a confraria jornalística. Uma dessas decisões levou já o Estado a ser condenado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, uma vergonha para os doutos juízes que proferiram e confirmaram a sentença.
Espanta-me que PSL, um homem avançado no tempo e um apreciador dos prazeres da vida, não tenha sentido de humor e poder de encaixe que bastem para desvalorizar algum exagero na utilização da liberdade de expressão, e revele uma ultra-sensibilidade que não bate certo com a sua personalidade e com a simpatia que gera.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 3SET16
Não bate certo com Santana Lopes
N