A 28 de Fevereiro de 1969, a terra tremeu pela última vez a sério no continente português. Eu vivia então num prédio acabado de construir e lembro-me de acordar, de madrugada, com um leve abanão da cama. Nem todos, do Minho ao Algarve, tiveram tão pequeno susto – pois houve 13 vítimas mortais e foi no sul do País, mais perto do epicentro, que se registaram os maiores danos, com o sismo a atingir 7,3 na escala de Richter.
Socorro-me, por isso, da descrição do momento, publicada, no Facebook, pelo meu ex-camarada de redacção António Ribeiro: “…Eu era adolescente e vivia com os Pais numa casa próxima do Jardim Constantino, em Lisboa, a pouca distância da original Cervejaria Portugália. Aquilo ocorreu à hora italiana, por volta das 3; e o susto foi enorme, tanto pelo ruído que vinha do chão, como pelo ranger do madeirame que sustentava os estuques e os tectos das paredes da bela casa construída no primeiro quartel do século 20, onde habitávamos. Estava deitado e vim parar ao chão! As medições sugerem que este evento foi ainda mais forte do que o italiano. Houve outra réplica grave duas horas depois do “big-one” e milhentas outras nos dias que se seguiram…”
Parece que foi ontem, Sábado, 1SET16
A última vez que o chão nos fugiu
A