Há 15 anos, após o assassínio de um agente da PSP, fiz uma manchete no diário “24horas” de que nunca me arrependi, apesar de ter pisado deontologicamente o risco. Mas foi a maneira de acompanhar a indignação geral e apoiar aqueles que arriscam a vida para defender a tranquilidade dos cidadãos. E não é por acaso que o “Correio da Manhã” ergue alto essa bandeira, que sendo a das pessoas de bem deve orgulhar igualmente os jornalistas na sua cruzada contra o crime e os criminosos.
Dito isto, custa-me verificar que alguns profissionais das forças de segurança não retribuem a solidariedade que recebem e dificultam o trabalho de reportagem em situações em que nada mais está em causa do que a informação pura e simples. Como sucedeu há dias, após a queda da avioneta em Tires, com elementos da PSP a empenhar-se em afastar – e mesmo em tapar o ângulo de visão! – a repórteres de imagem e jornalistas. E doeu-me ver a aflição dos menos experientes a ficarem nas covas, enquanto os mais afoitos dobravam esquinas e captavam até as frases mais discretas do Presidente.
Quando é que os senhores agentes e respetivas chefias entendem o óbvio? Que só existe um lado, que é o nosso e o deles, e que é o interesse público?
Antena paranoica, Correio da Manhã, 22ABR17
Muito gosta a PSP de afastar os repórteres!
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