Alexandre Pais

Mourinho marcado

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O diário “Marca” segue na sua implacável cruzada contra José Mourinho. Não me parece nada de mais. O técnico e a sua gente blindaram a informação e a “Marca” teve de criar os seus próprios canais, sujeitando-se, por sua vez, aos interesses – por vezes nada bondosos – das fontes.

O diário “Marca” segue na sua implacável cruzada contra José Mourinho. Não me parece nada de mais. O técnico e a sua gente blindaram a informação e a “Marca” teve de criar os seus próprios canais de informação, sujeitando-se, por sua vez, aos interesses – por vezes nada bondosos – das fontes.

A última história, a das críticas a Mou, que terão sido feitas à mesa, a Florentino Pérez, por Casillas e Sérgio Ramos, foi rapidamente desmentida pelo presidente e pelos “capitães”, embora se deva dar a esses desmentidos quase a mesma credibilidade que às confidências dos informadores anónimos.

A campanha da “Marca” está condenada ao sucesso, aliás, um jornal com o poder do líder da imprensa desportiva ibérica só se pode meter nessas guerras sabendo que as vai ganhar. E o futebol ajuda, pois a sua lógica é linear: os vencedores de hoje, bajulados e ovacionados, serão os derrotados de amanhã, apupados e insultados pelos mesmos aduladores que antes os aplaudiam de pé. Basta esperar.

Mourinho não continuará em Madrid, como muito bem sabe a “Marca” e sabemos nós. Se perder a Taça do Rei, e em especial a Champions, não terá condições de prosseguir, o ar tornar-se-à irrespirável e acenos de trabalho e felicidade não faltarão. E se conseguir a Décima, voltando a ser idolatrado, não perderá a oportunidade de ser ele a bater com a porta e sair por cima.

Será difícil, mais difícil com tantas lesões e tantos castigos. Agora, até Iker Casillas o Real perdeu, antes de cinco confrontos decisivos: dois com o Barcelona para a Taça, outros dois com o Manchester United para a Champions e mais um com o Barça para a Liga, este no Bernabéu, momento perfeito para a “lavagem da honra” e para a eventual reconciliação com a “nação madridista”.

Mas a “Marca” ganhará sempre: tal como a chegada, a última glória de Mou ou o seu fracasso, e a sua saída, farão as vendas disparar em flecha.

Canto direto, publicado na edição impressa de Record de 26 janeiro 2013

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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