“De tanto ouvir falar do seu génio, do seu estilo e da sua elegância, fecho os olhos e até parece que o estou a ver” – Rui Dias, jornalista, sobre Di Pace
Do trio, Di Pace era o artista, um driblador extraordinário e um municiador de jogo de nível muito acima da média. Depressa lhe chamaram maestro e o grande Matateu foi o principal beneficiado pela classe do homem de Mar del Plata. Para o temível goleador, homem excessivo, Di Pace era mesmo o melhor jogador de sempre, Eusébio incluído.
Perdido pelo Belenenses, na última jornada do campeonato, em 1956, o título de campeão, dois anos passaram até ao regresso de Di Pace à Argentina. Ficou por cá o perfume que criaria a lenda. E quis o destino que eu pudesse reencontrar, em 2004, o meu ídolo de criança, que retornou a Lisboa, aos 77 anos, em romagem de saudade. Em Belém, foi homenageado e deu até uma histórica volta de honra ao Estádio do Restelo, que nesse dia de Maio quase se encheu, como que por milagre, para ver o Belenenses salvar-se da descida de divisão. Em 46 anos, muita coisa mudara.
Parece que foi ontem, Sábado, 21MAI15
O dia em que me despedi de uma lenda: Miguel Di Pace
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