Confesso que já fui adepto desse alargamento, mas a atual crise económica e social, que não pára de afastar as pessoas dos estádios, em especial das plateias dos pequenos clubes – precisamente aqueles que vão passar a jogar mais entre si – faz-me crer que talvez o caminho fosse outro.
E depois, este peregrino arranjinho de não descer ninguém, em nenhuma das ligas, no final da época, parece-me pouco transparente e permite que a verdade desportiva seja “trabalhada” à maneira.
Mas o mais preocupante nesta decisão “revolucionária” dos senhores da bola é o timing. Nem as alterações foram aprovadas em Janeiro, como deveriam, nem se acredita que do emaranhado de impugnações e recursos que se avizinham resulte algo mais do que nova situação de descrédito para o futebol caseiro. Ou seja, continuamos fiéis à bagunça, iguais a nós próprios.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 14 março 2012