Alexandre Pais

Globos de Ouro, o milagre da televisão

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Para muitos, a gala dos Globos de Ouro, da SIC, não passa de um insuportável exercício de pretensão e cabotinismo. Outros tantos, reféns do ‘glamour’ do desfile de ‘famosos’, deixam-se levar pela magia do que julgam ser vidas de sonho – às vezes sem dinheiro para pagar as contas no fim do mês… É o grande milagre da televisão.

Sim, é verdade que a maior parte daquelas roupas são emprestadas e que algum brilho é fictício. Mas isso acontece com todas as feiras de vaidades em qualquer parte do Mundo. O que de facto conta é o que vai para além dos sorrisos de plástico. Desde logo, o espetáculo, mais bem conseguido a cada ano, com ritmo na sucessão dos temas e protagonistas escolhidos pelo peso na estação, na profissão ou na sociedade – e não pela bajulice a um deslumbramento espevitado, insignificante e ridículo.

Depois, a importância de reconhecer o mérito e premiar em vida, com o momento alto da noite na excelência da distinção a Rui Azinhais Nabeiro, empresário e filantropo de um nível que mais houvesse e melhor país teríamos. Aliás, precisávamos de mais galas do género, voltadas para outras referências da nossa existência coletiva, que tanto dão sem um simples ‘obrigado’.

E parabéns à SIC.

Antena paranoica, Correio da Manhã, 8out22

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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