Alexandre Pais

Francisco Penim, repórter de guerra

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Comecei a minha vida de jornalista num cruzamento da Av. da Índia, em Lisboa, minutos após um táxi ter chocado violentamente com uma viatura particular. Sim, venho do tempo em que se ‘cavavam’ as notícias: os dados recolhiam-se nos locais e as imagens não chegavam por telemóvel. Só mais tarde o destino me conduziu para a especialidade preferida da maioria dos pares, o jornalismo de rabo sentado. Mas isso nunca me impediu de admirar aqueles que saem da sua zona de conforto, deixam a casa e a família – pagando por vezes o alto preço de não as recuperar na volta – e correm os riscos de desafiar o desconhecido, procurando, ao servir leitores e telespectadores, a sua realização profissional.

Sim, é verdade que alguns são repórteres faz de conta, que ‘vão à guerra’ para tirarem a foto para a capa de um livro e ficam 48 horas num bom hotel, longe das áreas de perigo – esses são o logro e a exceção. Os outros é que contam, os que dão tudo e tudo enfrentam para fazer o trabalho – esses são os bravos. E é com enorme respeito – e daqui, do sofá da sala, frente ao ecrã e com o aquecimento ligado – que os saúdo em dois dos enviados da CMTV à guerra criminosa da Ucrânia. Francisco Penim e André Germano: chapeau!

Antena paranoica, Correio da Manhã, 5mar22

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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