A ‘festa de verão’ da TVI arrisca-se a ser eleita a ‘piroseira do ano’. Para lá da falta de algumas figuras de peso da estação e da reduzida presença de basbaques em férias, o vazio das palavras e os falsos risos incontidos destruiriam qualquer objetivo – se o houvesse. Até a pretensão de um encontro de “família” soou a oco. Sabemos bem que numa empresa em que todos são concorrentes e muitos se detestam – com uns amados e bem pagos e outros odiados e a sentirem-se desvalorizados – não há bom ‘clima’ que resista. Aliás, o início do diálogo baboso entre um empregado e a patroa foi revelador: “Cristina Ferreira… deslumbrante! Tão bonita que estás! Subiste a temperatura de uma forma…” Puro plástico.
Mas chocante, mesmo, foi o ambiente poucochinho, a ausência absoluta de ‘glamour’. Com a devida vénia, reproduzo uma pequena parte do que o ‘designer’ de moda e ícone do bom gosto entre nós, Manuel Alves, escreveu a propósito no Facebook: “As lantejoulas são baratas, as cores duvidosas, os ‘sapatuchos’ bregas, os acessórios do pior, a alegria excessiva quase a tocar o ridículo…”
E volto ao elogio bajulador a Cristina para lembrar a sua resposta: “Deslumbrante e quente!” Já se sabia, ela acha-se.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 30jul22
