Quando falta a imaginação, os formatos estão finitos ou se esgotou o orçamento, recorre-se a um enésimo programa com criancinhas a fingir que cantam. Foi o que fez de novo a TVI, utilizando protagonistas indefesos perante o ‘falhanço’ que permanecerá para a sua vida após a inevitável quebra das expectativas – seja de imediato, no palco, ou mais tarde, no despertar do sonho. E as audiências são claras: qualquer ‘Casados’, ‘Agricultor’ ou ‘Impostor’, da SIC, ganha o serão de domingo à TVI por largos milhares de espectadores.
Mais para trás, mesmo, só outro equívoco como o ‘The voice kids’, não por ser pior do que ‘Uma canção para ti’, mas pelo facto de o canal oficial estar em perda acelerada de popularidade. Ainda esta semana, um debate de futebol na CMTV registou o dobro da audiência alcançada por uns ‘especialistas’ que peroravam, na RTP1, sobre o estado da nação. A realidade é cruel.
Parágrafo final para me curvar perante a memória de Maria de Lourdes Modesto, ‘pioneira’ de uma televisão despojada que desapareceu. E para confirmar o que antevi aqui há duas semanas: Luís Miranda Sarmento é um desastre como líder parlamentar – e o primeiro tiro no pé de Luís Montenegro. Desanimador começo.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 23jul22
