Desde o jogo com os holandeses no Estádio da Luz, que o vídeo corre Mundo através das redes sociais: sentado, de cachecol ao pescoço e copo de cerveja na mão, um adepto do Ajax é violentamente agredido, à bastonada, por um elemento da polícia de choque. Para um país que depende tanto do turismo, calcula-se o prejuízo dessa ação insensata e desproporcionada.
Sou insuspeito para o reparo porque entre a lei e a baderna defendo sem hesitar a autoridade do Estado e os que têm o dever de a impor. E que o fazem por vezes em situações muito sensíveis e sem disporem das condições – salariais, de proteção e de equipamento – que a função exige mas que o poder político estupidamente lhes nega.
Como cresci com o Estado Novo e com os serviçais fardados que o sustentavam, sonhei sempre com o tempo em que a televisão me oferecesse a imagem de uma PSP civilizada e europeia, respeitadora dos direitos individuais e capaz de intervir de forma adequada às circunstâncias, mas nem por isso menos firme, determinada e eficaz.
E chegou o dia, na última quinta-feira. Em direto, do porto de Setúbal, pude ver protegidos, em simultâneo – com paciência e persuasão, e sem recurso à violência – tanto os grevistas como os que queriam trabalhar. Foi uma atuação brilhante. Chapeau!
Antena paranoica, Correio da Manhã, 24NOV18
Chegou o dia, PSP: era tempo!
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