Doze de agosto de 1984: 30 anos depois da medalha de ouro nos JO, parece que foi pouco tudo o que fez Carlos Lopes. Mas só em 1984 conseguiu apenas isto:
1. Em Nova Jérsia, EUA, recuperou o título mundial de corta-mato.
2. Em Estocolmo, Suécia, ajudou Fernando Mamede a bater o recorde mundial dos 10 mil metros, que era de Henry Rono, com 27:22, passando-o para 27:13,81, e fazendo o próprio Lopes o segundo melhor tempo de sempre: 27:17,48.
3. Em Los Angeles, nos JO, conquistou para Portugal a primeira medalha de ouro olímpica, correndo a maratona em 2:09:21, novo recorde dos Jogos (um máximo que se manteria por 24 anos, até 2008).
Como se não bastassem estes feitos, para um homem franzino (1.67m) e de 37 anos, Carlos Lopes cometeria em 1985, então já com 38 (!) – e num ano em que voltaria a ser, pela terceira vez, campeão mundial de corta-mato – nova e quase inacreditável proeza, ao vencer a clássica Maratona de Roterdão em 2:07.12, novo melhor tempo do Mundo, e tornando-se o primeiro atleta a correr os 42,195 km em menos de 2 horas 8 minutos, com a extraordinária média de 20 km/hora.
“Fantástico! Extraordinário! Não há palavras suficientemente fortes para classificar a corrida de Lopes em Roterdão”, escrevia o jornal francês “L’Équipe”. Temos tendência para esquecer, mas Carlos Lopes, português de Viseu, é toda uma lenda.