Alexandre Pais

As sete nuvens de fumo de Florentino Pérez

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O PSG dispensou-o de participar na goleada ao Amiens e Neymar passou o fim de semana em passeio. Começou em Peniche, no surf, para apoiar o amigo Gabriel Medina e acabou em Barcelona para desfrutar do domingo na companhia de outro amigo, o médio Arthur, agora no Barça. É caso para dizer: rica vida!
Era este jogador genial, e de personalidade inconstante, que Florentino Pérez sonhava ver no Real Madrid para tapar o buraco aberto pela partida de Cristiano Ronaldo. Teria talvez evitado as clareiras que hoje se veem no outrora sempre esgotado Bernabéu, mas falhou. Florentino não só não conseguiu convencer Neymar, como não contratou quem pudesse compensar já não digo a falta de 50 golos por época mas ao menos… 30. E com o apoio da “boa imprensa” criou uma série de nuvens de fumo destinadas a tranquilizar as massas.
A primeira foi a de Bale, que iria finalmente atingir o nível exibicional de CR7, apesar das pernas de vidro. A segunda, a concentração de focos em Asensio: para quê aturar os caprichos de Cristiano se temos aqui um futuro Bola de Ouro? A terceira foi a chegada de Vinicius, um talento puro que a insensatez de Lopetegui depressa dispensou ao Castilla. A quarta formou-se com o regresso de Mariano, um bom avançado que não está ao nível dos grandes “matadores” do futebol – e que logo se apontou como o novo CR7! A quinta foi a tonitruante contratação de uma estrela para o lugar em que a equipa dispunha de outra: Courtois, agora assobiado no Bernabéu por não disfarçar as asneiras de Varane, Sergio Ramos e companhia – o modo como um tal de Morales deixa o “capitão” em terra é de compêndio!
Já a responsabilidade pela sexta nuvem não pode ser atribuída a D. Florentino, mas só aos comentadores espanhóis que caíram na armadilha que a chauvinista comunicação social francesa lhes armou: Varane como favorito à conquista da Bola de Ouro! Quem viu a derradeira exibição do rapaz, amador na abordagem ao lance do primeiro golo do Levante, principiante na forma como meteu a mão à bola e originou o penálti e o segundo golo, ficou a saber como Pepe é, aos 35 anos, ainda bem melhor.
Como se todos estes embustes não aumentassem a clareza do desastroso início de temporada do Real, o presidente criou uma sétima nuvem de poeira, para a qual não hesitou em retirar o líder à seleção de Espanha a escassos dias do Mundial: para que não se chorasse a saída de Zidane – que se apercebeu da crise de longe – foi buscar Lopetegui, um bom coordenador de seleções e um mau treinador e péssimo leitor de jogos, que já demonstrara no Porto a sua incapacidade. O resultado do falhanço absoluto de Pérez está à vista: cinco jogos sem ganhar, três derrotas consecutivas, um golo ao cabo de oito horas em branco. E pensar que bastariam os cinco golos que leva Cristiano para que os madridistas, mesmo a jogar horrivelmente, não vivessem o pior momento futebolístico da última década…
O diário “Marca” fez por estes dias as contas para saber quem é a maior figura mundial das redes sociais Twitter, Facebook e Instagram. E é Cristiano Ronaldo, claro. Com 340 milhões de seguidores, vence nos futebolistas – Neymar é segundo com 205 milhões –, fica muito à frente da concorrência nos desportistas – fora do futebol é seguido pelo basquetebolista da NBA, Lebron James, com 106 milhões – e é primeiríssimo a nível global, à frente de Justin Bieber e Taylor Swift, com 284 e 268 milhões, respetivamente. Por enquanto, são esses os “danos irreversíveis” provocados à sua imagem pelo caso Mayorga.
O último parágrafo (que já não coube na edição impressa) vai hoje para José Mourinho, pela vitória em Stamford Bridge que o MU deixou escapar, de forma imerecida, a 30 segundos do fim… Por onde anda a velha estrela de Mou? Reaparecerá amanhã, no tão aguardado regresso de Cristiano a Old Trafford?

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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