José Carlos Malato pretendia saber onde morreu Osama Bin Laden e apresentou quatro hipóteses, mas a concorrente estava à vontade, segura de si, e nem sequer quis jogar à defesa: “Sei que foi no Afeganistão mas não me lembro bem onde…”
Nem bem nem mal, aliás, nem se podia lembrar que tinha sido no Afeganistão porque o homem foi abatido no Paquistão, em Abbotabad, a alternativa certa – as outras eram até um tanto humorísticas, mas nem assim a despachada candidata ao dinheirinho lá chegou.
Bin Laden, Afeganistão… enfim, a frágil cultura do ouvir falar em qualquer coisa. É, aliás, situação comum em “Quem Quer Ser Milionário” e noutros concursos, mas mais chocante no da RTP1 porque alguns concorrentes, professores e doutores disto e daquilo, e mestres na pretensão, não têm vergonha da sua ignorância, fazendo mesmo gala de a exibir a quem os conhece.
Malato disfarça como pode, com humor, bonomia e competência, a incapacidade e o descaramento. Só que a cultura geral dos portugueses ali fica, tristemente escarrapachada. E nada há a fazer.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do CM de 23 julho 2011