Audiências são audiências e
elas dão a “A tua cara não me é estranha 2”, da TVI, a liderança que só o público tem o
poder de atribuir, embora esta série seja bem menos equilibrada que a anterior
em matéria de talento e exiba até alguma falta dele – basta ver os
protagonistas cuja fraqueza os conduz ao refúgio fácil das graçolas – tornando
as “performances” de FF e de Luciana Abreu ainda mais admiráveis.
Mas o grande trunfo do
programa, além da popularidade dos apresentadores, está na harmonia
“laboratorial” da composição do júri – na verdade, pouco mais que uma simpática
caixa de ressonância de elogios ao que é bom e também ao que não presta.
Uma referência incontornável
da comunicação, memória dourada das coisas, junta-se a um conhecedor profundo
de música e de “showbiz”, que dá o sentido correcto aos desempenhos dos
“concorrentes”, na guarda de honra aos cromos do meio, dupla bonita e de
vaporosas futilidades que diverte os apreciadores do género.
Esse bando dos quatro
“explica” muito do êxito alcançado. Quem os escolheu foi um mestre.
Antena paranóica, crónica publicada na edição impressa do Correio da Manhã de 19 maio 2012