A televisão é mágica,
maravilhosa, e também exigente e implacável. Na sua história amontoam-se cadáveres
de gente respeitável que simplesmente falhou na aventura por um território que desconhecia.
Pode ser esse o caso de
Miguel Stanley, um dentista conceituado mas um “flop” na comunicação. As considerações
filosóficas sobre temas que fogem ao que domina são insuportáveis, os abraços evidenciam
simpatia a mais, a vaidade é patente, a voz parece não condizer com o movimento
dos lábios – como nas televendas.
E essa dificuldade em
comunicar estende-se a outros especialistas de “Dr. White”, claramente mal
escolhidos, e cuja imagem “não passa”, transformando uma excelente ideia e um
programa de serviço público num pastelão medíocre.
No fim, os resultados não enganam:
menos de meio milhão de telespectadores – mesmo em “prime time” e a seguir ao
futebol, que deixou uma “herança” de 1,4 milhões – 17.º lugar no ranking de sábado
e uma audiência inferior até, no universo SIC, ao “Primeiro Jornal” ou à “Investigação
Criminal”. Muito black este White.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do CM de 11 fevereiro 2012