Alexandre Pais

Antena paranóica: a casa da labreguice

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A estreia de “Casa dos Segredos”, da TVI, correspondeu às melhores expectativas, que são também as piores, ou seja, nunca como agora se fez em Portugal um casting tão competente para um reality-show. A experiência acumulada desde que há 11 anos o Zé Maria deu de comer às galinhas permitiu a selecção criteriosa de espécimes da boçalidade.

Da strip-teaser que disse ter “metido um litro” de silicone em cada mama, ao latagão que dá cursos de engate dada a sua “facilidade de sedução”, passando pelo arrojo generalizado a falar de sexo, “Secret Story” tem tudo o necessário para captar audiências e agradar aos que sonham com a “fama” caída do céu. Melhor dito, com um pequeno empenho terreno, o de fazer prova de ser bom em labreguice, descarado no palavreado, ágil a dar barraca.

Teresa Guilherme regressou em grande forma e se a estreia do programa ultrapassou 45% de share não foi só pela adequação dos protagonistas ao guião – e que pobre ele é – mas porque a apresentadora continua única na mais rara das capacidades em TV: transformar lixo em ouro.

Antena paranóica, publicado na edição impressa do Correio da Manhã de 24 setembro 2011

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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