“Nasço amanhã, ando onde há espaço: meu tempo é quando” – Vinicius de Moraes (poeta e dramaturgo brasileiro, 1913-1980), in Poética
Em criança, não passava um Natal sem que me levassem ao Coliseu para ver o circo. Cerca de 20 anos mais tarde, entre 1971 e 1973, encenei peças infantis para as CRGE (actual EDP), que lá organizavam o espectáculo natalício para os filhos dos trabalhadores.
Sinto por isso, e por muitas dezenas de eventos mais, uma forte ligação sentimental ao Coliseu dos Recreios. E no final da década de 80, tendo o privilégio de conviver – na festiva Lisboa da época – com Álvaro Covões, um dos herdeiros da sala que Ricardo Covões levou à fama, dele recebi, com amiga dedicatória, a edição rara que assinalava o meio século do Coliseu.
A propósito dos 125 anos do histórico recinto, aqui recordo o jovem idealista de então, crítico do nepotismo e do desgoverno, e cujo discurso livre de demagogia reencontrei na recente entrevista do empresário da Everything is New – e criador do Nos Alive – ao Diário Económico. Há encontros na vida, Álvaro, que são para ficar até ao fim.
Coliseu completa 125 anos
Foi com a compra dos terrenos do Sequeiro de São Luiz, em Lisboa, no Verão de 1887, que os quatro fundadores – Pedro Monteiro, professor, António Macieira e Gregório de Almeida, comerciantes, e José Santos Taveira, solicitador – iniciaram o processo que levou à construção do Coliseu dos Recreios.
A sala foi inaugurada, com casa cheia, a 14 de Agosto de 1890 – faz esta semana 125 anos –, com a ópera cómica Bocacio, de Supé, interpretada pela companhia italiana Carracciolo. Sempre ao serviço do espectáculo e da cultura, a história do Coliseu constitui um repositório de momentos inesquecíveis que continuarão a marcar gerações.
Parece que foi ontem Sábado, 13AGO15
Álvaro Covões: do Coliseu ao Nos Alive
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