Alexandre Pais

Álvaro Covões: do Coliseu ao Nos Alive

Á

“Nasço amanhã, ando onde há espaço: meu tempo é quando” – Vinicius de Moraes (poeta e dramaturgo brasileiro, 1913-1980), in Poética
Em criança, não passava um Natal sem que me levassem ao Coliseu para ver o circo. Cerca de 20 anos mais tarde, entre 1971 e 1973, encenei peças infantis para as CRGE (actual EDP), que lá organizavam o espectáculo natalício para os filhos dos trabalhadores.
DE12JUL15
Sinto por isso, e por muitas dezenas de eventos mais, uma forte ligação sentimental ao Coliseu dos Recreios. E no final da década de 80, tendo o privilégio de conviver – na festiva Lisboa da época – com Álvaro Covões, um dos herdeiros da sala que Ricardo Covões levou à fama, dele recebi, com amiga dedicatória, a edição rara que assinalava o meio século do Coliseu.
A propósito dos 125 anos do histórico recinto, aqui recordo o jovem idealista de então, crítico do nepotismo e do desgoverno, e cujo discurso livre de demagogia reencontrei na recente entrevista do empresário da Everything is New – e criador do Nos Alive – ao Diário Económico. Há encontros na vida, Álvaro, que são para ficar até ao fim.
Coliseu completa 125 anos
Foi com a compra dos terrenos do Sequeiro de São Luiz, em Lisboa, no Verão de 1887, que os quatro fundadores – Pedro Monteiro, professor, António Macieira e Gregório de Almeida, comerciantes, e José Santos Taveira, solicitador – iniciaram o processo que levou à construção do Coliseu dos Recreios.

ColiseuLisboa1
Em 1889, a cúpula foi colocada no alto do edifício do Coliseu
A sala foi inaugurada, com casa cheia, a 14 de Agosto de 1890 – faz esta semana 125 anos –, com a ópera cómica Bocacio, de Supé, interpretada pela companhia italiana Carracciolo. Sempre ao serviço do espectáculo e da cultura, a história do Coliseu constitui um repositório de momentos inesquecíveis que continuarão a marcar gerações.
Em 1988, Álvaro Covões, Alexandre Pais e Paula Mateus (atual diretora da “Vogue”) numa das muitas festas que havia então em Lisboa
Parece que foi ontem Sábado, 13AGO15
Coliseu1
Em 1972, encenei a peça “Isto é Nariz!”, de Mário Castrim, interpretada, na arena do Coliseu, pelo Núcleo de Teatro das CRGE (EDP)
Covões2
Em 1992, o casamento de Álvaro e Cristina encheu páginas nas revistas
Capa do livro sobre os 50 anos do Coliseu, editado em 1940, da autoria de Ricardo Covões, bisavô de Álvaro Covões
Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

Arquivo

Twitter

Etiquetas