Não alimentem ilusões: se os dados forem os que estão hoje sobre a mesa, a 4 de março vão ser 10 a zero – escrevia eu aqui no passado dia 30 de janeiro, ainda a procissão ia no adro.
Havia duas hipóteses: ou Pedro Madeira Rodrigues fazia uma campanha em crescendo, apresentando um programa inovador e construindo uma imagem de solidez e serenidade, ou se limitava a anunciar intenções e acabava por descambar na crítica crua, tanto mais descontrolada quanto maior fosse o desespero. Optou pela segunda hipótese e perdeu 9 a 1. Enganei-me, afinal.
Mas não acredito que o candidato perdedor à presidência do Sporting seja tão fraco como se revelou. Aos 45 anos, um homem inteligente, para mais gestor, conhece o mundo em que vive e sabe interpretar os sinais que permitem ver um pouco mais além. Madeira Rodrigues só podia esperar um resultado como o que teve, o que leva a pensar que se coloca na mesma posição de Bruno de Carvalho face a Godinho Lopes, em 2011: para a próxima, cá te espero.
Se for essa a estratégia de Madeira, ela estará também destinada ao fracasso. Porque a imagem que deixa é a do maior número de sócios de sempre a ir votar para garantir a sua derrota. E porque se o projeto de Bruno falhar, não haverá tão cedo oportunidade para “jovens turcos” ávidos de poder, mas para uma solução premium da geração grisalha. Talvez Rogério Alves, finalmente.
Canto direto, Record, 6MAR17
Afinal, enganei-me: foram só 9 a 1
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