Alexandre Pais

Um sábado amargo

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Foi um sábado desgastante, este último. À tarde, enquanto “estagiava” para a grande final da Liga dos Campeões, dois acontecimentos palpitantes me prenderam a atenção.
Comecei pela penúltima etapa da Volta à Itália e com a repetição da inacreditável jornada de Vincenzo Nibali, na sexta-feira, que o levaria à vitória na prova e a integrar, em definitivo – com dois primeiros lugares, um segundo e um terceiro – a lista dos mais legítimos herdeiros de Fausto Coppi, a maior lenda italiana do ciclismo, que ganhou por cinco vezes o Giro e alcançou, noutras duas ocasiões, a segunda posição. A dúvida que se me põe, vendo como, até meio da derradeira semana, Nibali parecia sem forças para enfrentar os seus principais adversários, é simples: serei daqui a alguns meses surpreendido com um novo caso de doping? É que desde a deceção que tive com Armstrong tornei-me muito desconfiado.
A seguir, concentrei-me no decisivo Hull City-Sheffield Wednesday, cujo vencedor subiria à Premier League, e sofri com a derrota de Carlos Carvalhal, cujos méritos o seu clube havia reconhecido antes, ao renovar-lhe o contrato. Tem faltado sorte ao treinador português, e sem ela, por muita competência que se tenha, e ele tem, nada feito.
A noite foi igualmente frustrante. O meu Real Madrid jogou pouco, o Atlético não foi melhor e ganhámos na roleta russa dos penáltis, o que levará Florentino a manter tudo como está, na próxima época, o que me preocupa. E Cristiano, pelo que se viu em Milão, também não promete um grande Europeu. Mas até aqui me ficou um sabor amargo, pois sou fã de Simeone, outro técnico excelente e sem sorte. Não, não foi um sábado feliz.
Canto direto, Record, 30MAI16

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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