“Cérebros brilhantes também podem produzir grandes sofrimentos. É preciso educar os corações” – Dalai Lama, líder do budismo tibetano
Apaixonei-me, como milhares de portugueses, pela luta de Maria Barroso pela democracia, antes e depois do 25 de Abril, e continuei a segui-la nos diversos combates que travou em defesa de causas que também me tocaram. Mas só quando a minha filha Inês entrou para o Colégio Moderno, em 1995, passei a admirar uma das maiores virtudes da mulher de Mário Soares: a sua rara qualidade como educadora.
Numa viagem de Soares ao Brasil, em 1976, alguém me apresentou Maria Barroso, mas sempre que nos cruzávamos no Colégio eu era apenas o pai de um aluno – e ela conhecia todos os alunos. Tinha uma pose despojada, era afável, respirava doçura. Para mim, que fui ainda educado no tempo em que muitos professores eram pequenos déspotas, Maria Barroso transmitia uma confiança e uma serenidade que mil filhos eu tivesse e mil matrículas faria naquele oásis de valores e de princípios, onde existe o que mais falta em Portugal: um sentido ético da vida.
Agora com a minha filha Mariana, não voltarei a encontrar por lá o sorriso contagiante de Maria Barroso. Vinte anos depois, sinto que não estou preparado para isso.
Parece que foi ontem, Sábado, 16JUL15
Maria Barroso vai fazer-me falta
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