O cheiro das eleições toldou-os cedo. O éter das cedências tomou conta do Executivo, que ficou inebriado pelas promessas da oposição, pelo menos da que corre para governar.
Com o seu apurado sexto sentido, Paulo Portas mandou Ribeiro e Castro na frente, lançar foguetes nas comemorações do 1.º de Dezembro, e apanhou depois as canas da patriótica cruzada: o CDS vai propor a reposição do feriado, daquele e, quem sabe, de mais algum.
O PSD engoliu em seco: ai, o que dirão os credores? Se para tentar ganhar as eleições vamos repor pensões a 500 mil reformados, em 2015, e com isso gastar mais 600 milhões de euros que este ano…
Mas devagarinho, Marques Guedes, após referir que “a questão dos feriados não se coloca” – como se ele tivesse voz activa – anunciou a tolerância de ponto para a função pública, a 24 de Dezembro, e mais um diazito suplementar de gazeta ao trabalho, à escolha do freguês.
Claro que nada conseguirá bater a confusão instalada com as novas regras do IRS, que voltaram a ser as velhas mal o Governo verificou que quem fez as contas foi incompetente. Ou seja, o dinheiro que têm de nos sacar será sempre xis e os prestidigitadores que anunciem os “benefícios para as famílias” que quiserem, desde que não dêem cabo da contabilidade a Maria Luís. Pobre senhora, muito vai ela sofrer para segurar os maluquinhos…
Observador, Sábado, 11DEZ14
Maria Luís sofre
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