Na sua página semanal no Negócios, hoje publicada, Pedro Santana Lopes assinou um texto notável, intitulado “José Medeiros Ferreira: liberdade, saber e categoria”, que traça um perfil insuspeito do professor, político e comunicador que há dias nos deixou. Respigo, com a devida vénia, o seguinte parágrafo:
“Num tempo em que tudo é um ápice, faço questão de dedicar este espaço a um Homem sério e inteligente que adorava a política e não tinha pejo em assumi-lo. Num país em que se ouve quase todos os dias falar de gente que não sabemos o que faz na vida, demos o devido valor a quem mostrou bem quem foi, o que sabia e o que queria.”
Há oito meses, quando deixei a direção de Record, recebi um telefonema de apoio e incitamento que não esquecerei. Do outro lado, estava alguém que nunca conheci pessoalmente e que teve a generosidade de ser meu leitor e a gentileza de me deixar uma palavra na hora da partida. Medeiros Ferreira, precisamente. Não lhe pude dizer, então, como me emocionei há quase 40 anos, num comício do PS, no Pavilhão Carlos Lopes, com o discurso vibrante e apaixonado que proferiu e que arrebatou o recinto, cheio como um ovo. Volto a recorrer ao texto de Santana Lopes, que termina assim: “José Medeiros Ferreira vai ser sempre lembrado, principalmente por aqueles, como eu, que o admiram”. Como nós. E como muitos mais.
Medeiros Ferreira por Pedro Santana Lopes
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