Calcule-se o stress que ataca neste momento Mourinho e os seus jogadores. Horas antes da décima confrontação da era Mou entre blaugranas e merengues – e com uma única vitória no seu currículo – o treinador português procura o golpe de asa que permita desde logo evitar mais uma humilhação em Barcelona e encontrar depois o caminho para o impossível ou quase: travar Messi e companhia, e marcar pelo menos dois golos em Camp Nou.
O cenário torna improvável como nunca o êxito madridista. Começa por não haver Pepe (não haverá, mesmo?) e por não jogar Khedira, o que deixa o policiamento do meio campo de ouro do adversário entregue a Alonso e Lass, os do costume. A seguir, temos a interrogação que é hoje Ricardo Carvalho e a modéstia técnica que Arbeloa contrapõe às feras do Barça. E terminamos na forma deficiente de Ozil e de Higuaín, e na ausência mais dramática, a de Di María, o dono da gazua que abriu o cofre em Valência e proporcionou ao CR7 o remate e ao Real a Taça do Rei.
Resta ainda Cristiano, é verdade. E Benzema, em magnífica condição. Talvez consigam hoje os dois golos, quem sabe. Mas se a defesa consentir três ou quatro, lá voltamos ao mesmo: o melhor treinador do Mundo a ser curto para a melhor equipa do Mundo. Estou em estágio mas com visões dos infernos…
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 25 janeiro 2012