From: Paulo Rodrigues [mailto:eupaulorodrigues@hotmail.com]
Sent: quinta-feira, 7 de Julho de 2011 11:06
To: Record
Subject: ATT: Sr. Alexandre Pais
Este mês sucedeu-me uma curiosidade contabilística que achei por bem partilhar. O caro Alex Pais poderá, caso julgue pertinente, publicar.
Independentemente de o fazer ou não, sendo essa curiosidade um exemplo do que vai mal no país real, e que me afectou directamente, senti a necessidade de a relatar com o intuito de, quem sabe, alertar consciências para o estado do país produtivo.
Este mês fui aumentado em cem Euros. Este aumento chegou em virtude de ter um salário mensal muito abaixo das responsabilidades que tenho a honra de suportar.
Mesmo continuando com um rendimento abaixo do trabalho que realizo, agradeci o aumento (que não pedi), especialmente nesta época de crise em que a empresa em que trabalho suporta sérias dificuldades de sobrevivência.
Boas notícias.
Ou será que são?
Com o aumento do rendimento, subi um escalão de IRS, aumentando assim os descontos a que sou sujeito. Na prática, este aumento razoável apresenta um incremento mensal na minha conta bancária de apenas 10 Euros, sendo que quando chegar ao fim o ano fiscal, tendo um aumento no meu rendimento anual, a pancada do IRS será também maior.
Na prática vou receber menos.
Concluindo:
Um trabalhador esforça-se para levar a sua empresa a bom porto. A gerência, apesar das dificuldades financeiras, reconhece o esforço e dedicação com um aumento de ordenado.
O resultado destas boas feitorias apenas premeia o Estado, o tal que não consegue cortar as despesas e que é o responsável primeiro da crise instalada.
Solicitei uma reunião com a gerência para que me reduzam o ordenado, uma vez que este aumento apenas prejudica a empresa não representando qualquer mais-valia para mim.
“A falta de produtividade das empresas é o maior problema do país”… Talvez não seja assim. O que deverá pensar um trabalhador, e até a empresa, quando, por causa do Estado, o aumento da produtividade é financeiramente prejudicial? Trabalhar menos? Produzir menos?
“Vê mais longe quem voa mais alto” e os nossos governantes parecem voar ao nível do solo…
Peço desculpa pelo tópico fora da esfera desportiva e solicito que mantenham o meu e-mail confidencial.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Rodrigues