No mesmo dia em que diversos clubes espanhóis baixavam de escalão por incumprimento, terminava ontem o prazo – mais um mas não o último – para que os clubes da nossa Segunda Liga apresentassem provas de ter os pagamentos em dia, um pequeno aperto no regabofe de falências anunciadas.
Na altura em que escrevo estas linhas decorre o sorteio da próxima época, sem os asteriscos habituais a seguir ao nome dos prováveis clubes incumpridores, sinal de que os comprovativos das boas contas poderão ser apresentados mais tarde, protegendo-se assim o relaxe e dando tempo para a procura de habilidades que nada mais conseguirão do que adiar a derrocada.
Temo que o meu Belenenses seja um desses prováveis incumpridores, embora admire os esforços do atual presidente, que herdou um verdadeiro pesadelo. E lamento que aqueles senhores “conselheiros”, que há 20 anos tutelam as escolhas dos dirigentes para os poderem controlar, não apareçam agora para ajudar a salvar o clube e provar que têm mais poder do que simples tigres de papel.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 1 julho 2011