A RTP1 venceu a noite eleitoral por não se ter limitado a escolher um painel de comentadores e esperar que pudessem superar os da concorrência, antes partiu para a estrada mais cedo – o enfoque na provável subida da abstenção preencheu bem um tempo “morto” – e com isso obteve a liderança nas audiências.
Confirmou-se desse modo a importância da actualidade e da notícia sobre a simples formação de opinião, e o painel da estação oficial, composto por analistas credíveis – com a excepção da senhora que trocou a razão pela paixão e para a qual já não há paciência – conseguiu ser o mais ouvido.
Não foi coisa pouca, tendo em conta que do outro lado estavam os favoritos à vitória: Marcelo R. Sousa e António Vitorino, na TVI, Ricardo Costa e Miguel S. Tavares, na SIC. E a estação de Balsemão jogou também o trunfo António Costa, o homem que todos querem escutar por nele pressentirem o grande adversário de Passos Coelho, a médio prazo.
Certo é que nada chegou para bater a estratégia de Nuno Santos, que logrou ainda colocar a cereja no topo do bolo ao assegurar a participação de José Eduardo Moniz, um comentador cuja qualidade não permite que se mude de canal. E foi assim: a RTP voltou a ser o n.º 1.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do Correio da Manhã de 11 junho 2011